A AUTONOMIA DO TRAJETO NÔMADE


"O nômade tem um território, segue trajetos rotineiros, vai de um ponto a outro, não ignora os pontos (ponto de água, de moradia, de reunião etc.). Mas, a questão é saber o que é causa ou simples efeito na vida nômade. Em primeiro lugar; ainda que os pontos determinem os trajetos, estão estritamente subordinados aos trajetos que determinam, ao contrário do que se sucede com o sedentário. O ponto de água não existe senão para ser deixado, e todo ponto é uma alternância e só existe como alternância. Um trajeto está sempre entre dois pontos, mas o entre-dois tomou toda a consistência e goza tanto de uma autonomia como de uma direção própria. A vida do nômade é 'intermezzo'. Até os elementos de seu habitat estão concebidos em função do trajeto que não deixa de mobilizá-los."
 Gilles Deleuze em "O Desejo"




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